mostra potiguar
Melhor Filme: Sinais Vermelhos
O filme é um diálogo com a árdua realidade e a sutileza da vida de uma mulher que convive com HIV através dos desafios e anseios que a cercam. Com uma narrativa bem conduzida que transita no gênero documental e na performance, o filme nos apresenta de forma poética, e ao mesmo tempo realista, os desafios e percepções da protagonista em torno da tenuidade de conviver com uma das doenças mais estigmatizadas da sociedade enquanto dá seguimento a sua vida.
Menção Honrosa: Bati da Vila
Um documentário poético que costura sua história através da colheita do bati, para a produção do seu óleo, pelo povo tradicional de vila de ponta negra. O doc conduz, com uma narrativa leve e uma excelente fotografia e direção de montagem, diálogos e vivências dos personagens tradicionais da região e do cultivo do bati, convidando o espectador a conhecer o território e práticas ancestrais, pontuando aspectos socioculturais da Vila Ponta Negra.
mostra laços
Melhor Filme: Morro do Cemitério
O caminhar da personagem apresenta uma narrativa convidativa muito bem aplicada ao gênero ficcional, que se confunde com a linguagem documental através das técnicas de resgate com vídeos antigos, por exemplo. O filme conduz o espectador à história do artista e sua catarse. A potência cultural da periferia e sua diversidade fica bem evidenciada nessa obra. Vale salientar como a trilha sonora norteia a condução narrativa do filme através dos raps cantados pelo protagonista, que mesmo parecendo fechado, consegue extravasar seus anseios através das rimas.
Menção Honrosa: Bege Euforia
A poesia em imagens e falas faz o filme nos levar aos desejos e realidades das personagens. A obra tem uma fotografia primorosa que dialoga muito bem com os silêncios e afetos apresentados na narrativa. Merece menção honrosa pela condução sensível da diretora.
mostra nacional
Melhor Filme: Pássaro Memória
Por uma visão poética do cotidiano apesar da arquitetura opressiva que nos cerca; pela coreografia de cena que embaralha a realidade e lança uma reorganização espacial através da dança; pela certeza antes de tudo que, como diz a protagonista, uma mulher trans, "para pertencer a cidade tem que estar viva" e por ela questionar mais a frente ao lado de outra pessoa trans "será que um dia memória vai pousar na estátua de alguém como a gente", ou seja, por enfrentar com beleza uma capital hostil como são tantas outras capitais hostis para corpos trans e pretos, escolhemos como melhor filme da Mostra Nacional: Pássaro-Memória, de Leonardo Martinelli.
Menção Honrosa: Instante
Diante da urgência levantada pelo debate acerca do PL 1904, que basicamente equipara o aborto ao crime de homicídio, decidimos entregar uma menção honrosa para Instante, de Paola Veiga, por tratar o tema do aborto com seriedade, para dentro da experiência e para além, através de um caminho nada óbvio, utilizando de recursos da linguagem do cinema experimental. Como diz a sinopse: tem coisas nessa vida que a gente faz porque precisa!
mostra identidade
Melhor Filme: Dona Beatriz Ñsîmba Vita
Pela livre inspiração numa heroína congolesa e pelo universo contraditório que somos levados a conhecer durante a jornada de uma mulher que se multiplica na criação de uma comunidade; pelo mistério e incapacidade de decifrar tudo; pela articulação de outros repertórios históricos e estéticos na construção de novos imaginários e novos mundos; pela técnica que parece tão rebuscada, próxima, cuidadosa e fresca quanto uma caneta esferográfica que risca o papel e toma a tela do cinema e, por fim, pelo desenho de som tão detalhadamente elaborado, escolhemos como melhor filme da Mostra Identidade: Dona Beatriz Ñsîmba Vita, de Catapreta.
júri da critica
Melhor Filme: Feito o Vento
Pela maneira como traz poesia para a linguagem documental através das suas escolhas de planos, ângulos e da montagem, criando um filme sensível e que transborda ancestralidade.
Melhor Filme: Instante
Pela construção de imagens potentes, que envolvem o espectador, e um roteiro que desenvolve uma narrativa complexa com originalidade.
Melhor Filme: Faísca
Pelo olhar atento às relações do universo afro-brasileiro, tão cheias de particularidades potentes e fricções intensas, com uma fotografia cuidadosa e atenta aos detalhes.
Melhor Filme: Cartas Pra Mim
Pelo roteiro construído de modo poético, utilizando-se de simbolismos e sons que se conectam e se comunicam além do trivial, demonstrando um profundo esmero ao tratar de um Tabu.